A Sternula albifrons (Pallas, 1764) é a andorinha-do-mar mais pequena da Europa, razão pela qual é designada por andorinha-do-mar-pequena.
A andorinha-do-mar-anã tem quase metade do tamanho da andorinha-do-mar-comum e o seu comprimento varia entre 21 e 25 cm e a envergadura das asas entre 41 e 47 cm. Os juvenis têm o bico preto com a base amarela e, na plumagem de reprodução, os adultos têm a coroa preta e a testa branca, o bico amarelo com a ponta preta, as patas amarelas e as partes superiores são pretas, brancas e cinzentas.
Esta pequena ave costeira está classificada como uma espécie vulnerável, em Portugal. É um migrador que visita o Parque Natural da Ria Formosa na Primavera e Verão e passa o Inverno em África (entre a Guiné e Camarões). Entre 2000 e 2002, a Ria Formosa tem uma população estimada de 440 casais reprodutores. Embora a população reprodutora esteja estável desde os anos 70, há registo de uma redução das suas áreas de reprodução, especialmente no que diz respeito à redução do habitat das ilhas-barreira, que estão a diminuir a uma taxa de 1,7 m/ano. Por este motivo, as zonas de reprodução do Garajau-pequeno têm vindo a deslocar-se das zonas arenosas da praia para as salinas.
Chega ao Parque Natural da Ria Formosa em meados de Abril e começa a reproduzir-se em meados de Maio. Esta espécie nidifica em colónias de cerca de 2 a 50 casais. É uma ave nidificante de praia, preferindo ilhas-barreira isoladas, entre a vegetação e acima da linha de água alta e menos frequentemente em salinas. Os seus ninhos são uma raspagem no solo, decorados com fragmentos de vegetação, pequenas pedras e conchas. Durante o cortejo, um hábito interessante é o macho oferecer pequenos peixes à fêmea.
A andorinha-do-mar-anã põe os seus primeiros ovos (1 a 3 de cada vez) em meados de Maio. Os ovos eclodem ao fim de 20 dias e tanto o macho como a fêmea são responsáveis pelos cuidados parentais. Os recém-nascidos, com 4/5 dias de idade, começam a sair do ninho para zonas mais protegidas. Após 20 dias, as crias estão prontas para voar e iniciam a sua primeira rota de migração juntamente com os pais. Serão alimentados por ambos os pais durante os próximos 2 a 3 meses.
A andorinha-do-mar-anã alimenta-se principalmente de pequenos peixes e, eventualmente, também de insectos, moluscos e anelídeos. Para apanhar as suas presas, voam sobre a água, procurando peixes e, assim que os avistam, param e começam a pairar, batendo as asas muito depressa, dando um mergulho incrivelmente rápido para apanhar as suas presas.
O Garajau-pequeno é uma das espécies mais frequentemente avistadas na Ria Formosa durante a Primavera e o Verão, por isso, se quiser ver de perto esta bela ave, convidamo-lo a juntar-se a nós nos nossos passeios de barco com partida de Faro ou de Tavira.
